segunda-feira, 13 de abril de 2015

Oficina do soneto, de Marcos de Farias Costa







Oficina do soneto


Pra cometer um soneto é preciso
dosar-se muito bem amor e morte
e da mistura então glosar o mote,
assim como quem monta um paraíso.

Um soneto se faz com azar e sorte,
uns lances de loucura e de juízo -
um soneto se arma em pranto e riso,
o coração ao sul e a mente ao norte.

Mas fazê-lo perfeito, necessário
o tom mais pessoal, e o verbo vário,
senão resta somente artifício.

E eis que chego ao fim do impune vício,
ponho o verso final, branco no preto,
e pronto, terminei este soneto.


(Do livro Doce Estilo Novo, de 2000, p. 59.)

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