Oficina
do soneto
Pra
cometer um soneto é preciso
dosar-se
muito bem amor e morte
e da
mistura então glosar o mote,
assim
como quem monta um paraíso.
Um
soneto se faz com azar e sorte,
uns
lances de loucura e de juízo -
um
soneto se arma em pranto e riso,
o
coração ao sul e a mente ao norte.
Mas
fazê-lo perfeito, necessário
o
tom mais pessoal, e o verbo vário,
senão
resta somente artifício.
E
eis que chego ao fim do impune vício,
ponho
o verso final, branco no preto,
e
pronto, terminei este soneto.
(Do
livro Doce Estilo Novo, de 2000, p. 59.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gostou do poema ou da postagem? Deixe aqui sua opinião.