segunda-feira, 20 de abril de 2015

Soneto a Rosa da Manhã Nascente, de Francisco Valois


Soneto a Rosa da Manhã Nascente


Da fuligem do tempo entardecido,
emerge a rosa da manhã nascente:
— plenilúnio de agosto acontecido
vogante pelo espaço opalescente.

No canteiro do olhar anoitecido,
— fonte de orvalho puro e permanente —
opaliza-se a rosa e, renascido
o tempo, um novo mundo se pressente:

(dissimulado, o sol poreja sangue
e, no pálio do céu, a lua exangue
vela a noite da infância adolescida)

— é que a rosa de cor avermelhada
transfigurou-se em flor purificada
nascente na manhã azulecida.


(Do livro Rosa da Manhã Nascente, de 1979, p. 5-6.)


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