Soneto
a Rosa da Manhã Nascente
Da
fuligem do tempo entardecido,
emerge
a rosa da manhã nascente:
—
plenilúnio de
agosto acontecido
vogante
pelo espaço opalescente.
No
canteiro do olhar anoitecido,
—
fonte de orvalho
puro e permanente —
opaliza-se
a rosa e, renascido
o
tempo, um novo mundo se pressente:
(dissimulado,
o sol poreja sangue
e,
no pálio do céu, a lua exangue
vela
a noite da infância adolescida)
—
é que a rosa de cor
avermelhada
transfigurou-se
em flor purificada
nascente
na manhã azulecida.
(Do
livro Rosa
da Manhã Nascente,
de 1979, p. 5-6.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gostou do poema ou da postagem? Deixe aqui sua opinião.