Tarde
Sertaneja
Declina
o dia... Sobre a sáxea grimpa
De
um serro azul, o purpurino disco
Do
sol flameja e volta ao rude aprisco
Das
ovelhas o armento. A clara e limpa
Toalha
branca de estuário liso
Encrespa
o vento... E na casinha as contas
Ao
rosário discorre num sorriso
Uma
ovelhinha. Prevalecem tontas
As
mudas trevas de um negror funéreo...
E
enquanto a rechinar os carros descem
Nas
encostas de acerba asperidade,
Tomba-me
n’alma o peso de um mistério,
E
ao livor do crepúsculo recrescem
As
sombras da tristeza e da saudade.
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