quarta-feira, 8 de março de 2017

Aurora, de José Inácio Vieira de Melo

A liberdade do crepúsculo tremula.
Escuto o alarido dos pássaros do Sertão.

Debruço-me no ninho do Cosmo.
Minhas mãos trabalham no vazio.

Minhas mãos trabalham na imensidão.
Longa batalha em busca da beleza.

Da boca dos pássaros, os violões do Sol.
Rezo benditos e grito os nomes da Terra.

Contemplo a mansidão do silêncio que voa.
As minhas sandálias são feitas de aurora.

De meus dedos esplendem labirintos.
Meu caminho é o strip-tease da solidão.



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