terça-feira, 21 de abril de 2015

Batráquio, de Alves de Faria



Batráquio



À noite, ao astral palor das estrelas na altura,

ao coaxar das rãs monótono nos brejos,

sai vagaroso e triste, em corcovos cortejos,

o sapo, o vil batráquio, a imunda criatura!



Anfíbio, venenoso, ovíparo, a estatura

não lhe mede jamais seus íntimos desejos.

Tem despeito do céu! – e ulula uns vãos arpejos

à toalha astral de crivo estrelejada e pura!



Tão baixo que ele o é! Tão pequenino e imundo!

E olha e divide e anseia andar, mundo por mundo,

aos saltos bruscos por a constelada esfera!



Calcula a força e o grau do seu profundo gozo,

se de um salto pudesse, ele, tuberculoso!

cuspir, babar a são poliestelar quimera!



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