Batráquio
À noite, ao astral
palor das estrelas na altura,
ao coaxar das rãs
monótono nos brejos,
sai vagaroso e triste,
em corcovos cortejos,
o sapo, o vil
batráquio, a imunda criatura!
Anfíbio, venenoso,
ovíparo, a estatura
não lhe mede jamais
seus íntimos desejos.
Tem despeito do céu! –
e ulula uns vãos arpejos
à toalha astral de
crivo estrelejada e pura!
Tão baixo que ele o é!
Tão pequenino e imundo!
E olha e divide e
anseia andar, mundo por mundo,
aos saltos bruscos por
a constelada esfera!
Calcula a força e o
grau do seu profundo gozo,
se de um salto pudesse,
ele, tuberculoso!
cuspir, babar a são
poliestelar quimera!
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