Novelo
Não
se entra a soco no jardim da musa:
uma
ponta de faca sai da porta
na
direção da sua mão que confusa
já
não sabe se escreve ou se se corta.
Sossega,
deixa o verso aparecer
–
agulha de sol na poça de
chuva
incide
na moeda que fissura
teus
olhos tão cansados de beber.
Bem
sei que toda insônia é pesadelo;
levanta,
rega as plantas, faz um chá,
acende
outro cigarro, vai no espelho
–
Teus olhos tão cansados
de chorar –
e
o verso desce às cordas num novelo
feito
de sangue e nuvem, devagar.
(Do
livro O Vazio e a Rocha, de 1992. Fonte:
http://bestiarioalagoano.blogspot.com.br/2014/08/tres-poemas-de-fernando-fiuza.html
.)
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