terça-feira, 28 de abril de 2015

Contemplando a lua, de Arlene Miranda


Contemplando a lua


Noite calma, sombria, extasiante,
Derramando o silêncio no telhado.
Já não se ouve o sopro arquejante
Do vento sibilando, inebriado.


Dorme tranquila a noite na esquina,
E o velho cão latindo, assustado,
Lamenta a calma noite que se finda,
Vagando pela rua, abandonado.


Por trás da nuvem, um céu ensanguentado
Esvai-se em saudade e solidão.
Surgem fantasmas em pleno descampado.


Oh, calma nuvem em que o luar flutua,
E segue derramando o seu clarão,
Sentindo a noite e contemplando a rua.



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