terça-feira, 28 de abril de 2015

Coroa de espinhos, de Theophanes Brandão














Coroa de espinhos


Na granja de minha alma apenas mora
A lágrima de sangue vegetando
E desferindo cânticos eu ando
- Um crepúsculo eterno à luz d'Aurora.

Qu'estes sorrisos pálidos agora,
São d'alvas ilusões um triste bando,
Que neste coração murcharam quando
O amor batendo as asas foi-se embora!

Vai-me fugindo um resto de conforto,
Eu já não sinto mais, quase que morto,
Trinar um' ave em meus beirais mesquinhos.

E minh'alma a bater de porta em porta
Aos corações de bem piedade exorta,
Mostrando um peito cravejado d'espinhos!



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gostou do poema ou da postagem? Deixe aqui sua opinião.

Diga o que achou do blog ou de algum poema. Agradecemos desde já seu contato.

Nome

E-mail *

Mensagem *