Janaina
Janaina vive no rio,
vive no açude,
vive no mar.
Lembrou-se de vir passear:
nas ôndias passou dendê.
As ôndias se acomodaram.
Cavalo-marinho veio
para ela se amontar.
No cavalo se amontou
galopando descuidada,
acordando os afogados,
dando adeus à maré grande.
Botando nome nos peixes,
ouvindo a fala dos búzios.
No ventre de Janaina
as escamas estão brilhando.
Nos olhos de Janaina,
na cauda de Janaina
tem cem doninhas pulando.
Nos peitos de Janaina
tem dois langanhos babando.
Se Janaina sorri
as ôndias ficam banzeiras.
Se Janaina está triste
o mar começa a espumar,
a pegar gente na praia
pra Janaina afundar.
- Janaina dá licença
que eu me afogue no seu mar?
Lembrou-se de vir passear:
nas ôndias passou dendê.
As ôndias se acomodaram.
Cavalo-marinho veio
para ela se amontar.
No cavalo se amontou
galopando descuidada,
acordando os afogados,
dando adeus à maré grande.
Botando nome nos peixes,
ouvindo a fala dos búzios.
No ventre de Janaina
as escamas estão brilhando.
Nos olhos de Janaina,
na cauda de Janaina
tem cem doninhas pulando.
Nos peitos de Janaina
tem dois langanhos babando.
Se Janaina sorri
as ôndias ficam banzeiras.
Se Janaina está triste
o mar começa a espumar,
a pegar gente na praia
pra Janaina afundar.
- Janaina dá licença
que eu me afogue no seu mar?
(Do
livro Poemas
Negros,
de 1947.)
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