segunda-feira, 27 de abril de 2015

Memória meio ébria, de Ludmila Monteiro





Memória meio ébria



Hás de perdoar o meu amor atípico?

Hás de perdoar, amor, a exaltação

Se foi teu elevado teor etílico

Que embriagou-me em pedir perdão?


Ponho na conta do meu triste vício

A ébria sede de te amar, e a ânsia

Mas se me ofereci inteira em sacrifício

Que caia a culpa em tua inoperância


Perdoarás, amor? Não peço tanto

Só que me ponhas no lugar de outrora

Perdoarás, amor? Que desencanto

Que seja eu a suspirar agora!


Perdoarás, amor, esta bandida

que te enlaçou como estivesse louca?

a jovem insana, tola, atrevida

que ensandeceu por não alcançar-te a boca?


Perdoarás, amor?




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