Memória meio ébria
Hás de perdoar o meu amor atípico?
Hás de perdoar, amor, a exaltação
Se foi teu elevado teor etílico
Que embriagou-me em pedir perdão?
Ponho na conta do meu triste vício
A ébria sede de te amar, e a ânsia
Mas se me ofereci inteira em sacrifício
Que caia a culpa em tua inoperância
Perdoarás, amor? Não peço tanto
Só que me ponhas no lugar de outrora
Perdoarás, amor? Que desencanto
Que seja eu a suspirar agora!
Perdoarás, amor, esta bandida
que te enlaçou como estivesse louca?
a jovem insana, tola, atrevida
que ensandeceu por não alcançar-te a boca?
Perdoarás, amor?
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