segunda-feira, 27 de abril de 2015

Tarde de Inverno, de Emílio de Maya


Tarde de Inverno


Tarde tristonha, enevoada e fria.
Não vejo o sol brilhante declinando,
Somente as águas que, da serrania,
Turvas, velozes descem murmurando.

Que tarde triste! Assim ouvindo rente,
Passando a correnteza a soluçar,
Meu coração entristecido sente
Uma vontade imensa de chorar...

A terra inteira se lastima agora,
Vendo-me só e vendo só tristeza
Eu soluço também. E quem não chora,
Vendo chorando toda a natureza?

Se há de ser triste o meu entardecer,
Como esta tarde de prazer despida;
Oh Deus do céu! Não quero mais viver.
- Levai-me logo na manhã da vida.


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