PESSOAS E COISAS
Ha coisas tão desprezadas que lembram
pessoas em abandono.
Assim
o tijolo que sobrou da construção,
o retrato além do número e que ficou
entre
estranhos na gaveta
do
fotógrafo, a palavra no dicionário, vizinha
da
que saiu para o poema.
E
mais a palavra sem acolhimento pelo próprio ouvido;
o poema no canto da mesa, excluído
do livro a publicar,
e
o morto do outro enterro.
Mas
há pessoas em tal abandono que lembram
coisas
desprezadas, Senhor, que não ouso, expô-las
no
poema, receoso de que, descobrindo-se ao sol,
duvidem
da Tua Justiça e da Tua Misericórdia.
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