A Antonio
Nobre
Anto, meu pobre e desgraçado amigo,
Que dor, que pena triste assim te fez?
Que sentimento fez nascer contigo
O mais triste poeta português?
A vinha da esmeralda, o ouro do trigo
Coimbra e o Mordego da formosa Inês;
E tu, meu velho, no teu fado antigo,
Só, sempre só, compondo o SÓ talvez...
Eras, na tua estranha soledade,
Como a alma do penedo da saudade
Que errasse pela sombra do choupal....
Passaste, mas, relendo-te as cantigas,
Choram de comoção as raparigas
E os poveirinhos do teu Portugal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gostou do poema ou da postagem? Deixe aqui sua opinião.