quinta-feira, 21 de maio de 2015

A Antonio Nobre, de Adalberto Marroquim

A Antonio Nobre 


Anto, meu pobre e desgraçado amigo,
Que dor, que pena triste assim te fez?
Que sentimento fez nascer contigo
O mais triste poeta português?

A vinha da esmeralda, o ouro do trigo
Coimbra e o Mordego da formosa Inês;
E tu, meu velho, no teu fado antigo,
Só, sempre só, compondo o SÓ talvez...

Eras, na tua estranha soledade,
Como a alma do penedo da saudade
Que errasse pela sombra do choupal....

Passaste, mas, relendo-te as cantigas,
Choram de comoção as raparigas
E os poveirinhos do teu Portugal.


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