quinta-feira, 21 de maio de 2015

Sobral, de Carlos Paurílio

Sobral

(Especial para NOVIDADE*)

Deante das ondas barulhosas e dos coqueiros farfalhantes
invento um silencio que fale a mim mesmo.
As ondas vão e vêem em ritmos perdidos
e os coqueiros nostálgicos acenam aos navios.

Traço pensamentos graves na areia
para ter consciência de que sou efêmero.
Ali, uma senhorita, com o verde dos seus olhos,
Junto ao cavalete, pinta uma marinha.

O crepúsculo afunda-se no mar
os afogados vão ficar mais tristes.
Esqueço-me a soltar os sonhos como barcos
e a sacudir o coração para pescar poemas


(*In Revista Novidade, nº 23, de 1931. Fonte: http://memoria.bn.br/pdf/721158/per721158_1931_00023.pdf .)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gostou do poema ou da postagem? Deixe aqui sua opinião.

Diga o que achou do blog ou de algum poema. Agradecemos desde já seu contato.

Nome

E-mail *

Mensagem *