Soneto
do Amor Condenado
Quem
ama desama
toda
vez que ama
e
converte o gelo
em
túrgida chama
e
converte o rogo
da
garganta rouca
em
cifra de fogo
inscrita
na cama.
Quem
ama não ama
toda
vez que ama.
O
amor sempre fica
na
beira da cama:
flama
que não queima,
peixe
sem escamas.
(Do
livro Crepúsculo Civil, de 1990. In Lêdo Ivo:
Poesia Completa (1940 – 2004),
de 2004, p. 808. )
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