Relógio,
meu amigo, és a Vida em Segundos...
Consulto-te:
um segundo! E quem sabe se agora,
Como
eu próprio, a pensar, pensará doutros mundos
Alma
que filosofa e investiga e labora?
Há
de a morte ceifar somas de moribundos.
O
relógio trabalha... E um sorri e outro chora,
Nas
cavernas, no mar ou nos antros profundos
Ou
no abismo que assombra e que assusta e apavora...
Relógio,
meu amigo, és o meu companheiro,
Que
aos vencidos, aos réus, aos párias e ao morfético
Tem
posturas de algoz e gestos de coveiro...
Relógio,
meu amigo, as blasfêmias e a prece,
Tudo
encerra o segundo, insólito — sintético:
A
volúpia do beijo e a mágoa que enlouquece!
http://veredasdalingua.blogspot.com.br/2011/11/jorge-de-lima.html.
Data: 08.03.2017.
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