domingo, 26 de abril de 2015

O Sino, de Aristheo de Andrade


O Sino


Meu coração é como um velho sino
De uma Ermida de aldeia no abandono,
Dobra num som amargurado e fino,
Numa tristeza vesperal, de Outono.

Outr’ora era risonho e cristalino
De sua vez o harmonioso intono,
E hoje canta ao delíquio vespertino
A sinfonia do Supremo Sono!

Muitas vezes das auras do Passado
Uma lufada rígida passando
Fá-lo vibrar de um modo apaixonado

Em largas notas pueris e quando
Se ecoa o turbilhão, pelo ar magoado
Ficam por tempos trêmulos vibrando!...



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